Edvard Munch, Skrik (O grito). 1893. 

 

 

 

 

 

 

 

A minha silhueta, uma infame sombra,

Tão preta, baixa, fraca, espurca e magra.

Esses pecados sujos, desejos sórdidos,

Jamais saberás meus amores e ódios.

 

Posso sentir as doces garras da Diabra,

Agarrando-me como os berros de uma cabra,

Como unhas de corvos, arame farpado.

Isso seduz meu peito, tão putrificado…

 

Teu acre cheiro engana meu infesto nariz,

Transforma a dor e o castigo em algo feliz.

O Prazer se apraz no vício e não na virtude,

 

Mas peço: me socorra em sua Beatitude!

Aniquile com o orgulho em meu coração,

Fulmine a soberba que me impede a comunhão…

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