O Cordeiro De Deus

 

 

Ou somos coparticipantes no sacrifício de Cristo,

ou somos coparticipantes no castigo de Satanás!

 

No dia seguinte, João viu Jesus que vinha a ele e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
É este de quem eu disse: Depois de mim virá um homem, que me é superior, porque existe antes de mim.
Eu não o conhecia, mas, se vim batizar em água, é para que ele se torne conhecido em Israel.
{João havia declarado: Vi o Espírito descer do céu em forma de uma pomba e repousar sobre ele.}
Eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar em água disse-me: Sobre quem vires descer e repousar o Espírito, este é quem batiza no Espírito Santo.
Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus. (João 1:29-34)

 

Este pequeno, porém riquíssimo, trecho do evangelho de São João será objeto do nosso estudo neste texto. Durante essa caminhada, veremos o peso do sacrifício vicário do Nosso Senhor Jesus Cristo e como ele transforma nossas vidas, usarei quatro poetas como auxílio para ilustrar melhor os pontos, são eles: Camões, Blake, Donne e Gullar. Então conciliando o poder da poesia com a riqueza do conteúdo das Sagradas Escrituras, tenho plena segurança de que conseguiremos chegar em verdades fulcrais para o crescimento de nossas vidas cristãs.

 

Antes, porém, de iniciarmos um estudo do texto bíblico propriamente dito, devemos entender quais são as peculiaridades deste evangelho e de seu autor. Dessa forma teremos um chão mais sólido onde firmar nossos pés, para aí então olharmos para frente e analisarmos o que nossos olhos estão nos mostrando. Portanto, atentemo-nos para alguns pontos acerca do livro e seu autor.

 

Quando olhamos com maior atenção para a vida de São João, nos deparamos com informações interessantíssimas. Como por exemplo: ele nunca usou o seu próprio nome no livro, mas utiliza a expressão “aquele a quem Ele mais amava”, para um leitor leigo pode parecer prepotência do autor dizer isso, contudo precisamos nos lembrar que o apóstolo amado é aquele que tem o contato mais íntimo com Cristo nas Escrituras, quando, por exemplo, ele repousa sua cabeça no peito de Nosso Salvador; ora, esse ato não é de um simples amigo, é o tipo de intimidade que apenas familiares teriam, e nos parece que Jesus via João como algo próximo de um irmão, ao ceder sua própria mãe aos cuidados do seu discípulo, o que nos mostra mais uma vez como os laços dos dois eram estreitos. Todavia, podemos observar ainda alguns outros fatos interessantes: ele foi um dos três apóstolos que viram o rosto transfigurado de Nosso Senhor, além de ter sido o único que estava aos pés da cruz, quando seu Mestre foi crucificado. São João também foi o último dos seguidores de Cristo a morrer, seu longevo tempo de vida lhe concedeu a oportunidade de escrever proficuamente e fazer muitos discípulos; ele foi o responsável por ensinar grandiosíssimos pais da Igreja, Pápias, Policarpo, Inácio e Irineu são apenas alguns exemplos. Por isso, quando olhamos com atenção para a vida deste Santo, podemos observar sua extrema importância para a Igreja, e seu testemunho ilibado de alguém que acompanhou Jesus na vida e na morte.

 

Agora, voltemos nossa visão para o contexto do livro e suas peculiaridades brevemente. Em primeiro lugar, precisamos lembrar do contexto histórico, apesar do cristianismo já ter alguma estrutura com bispos e igrejas estabelecidos, e ter realizado um concílio, nesse período, ainda éramos vistos apenas como uma seita judaica que ameaçava o império romano; em segundo lugar, é necessário que observemos as características literárias do livro: o evangelho transborda filosofia, cheio de jargões e conceitos filosóficos, alguns chegam a dizer que João era platônico, eu prefiro pensar que, no que Platão acertou ele estava sendo joanino; e além disso, este também é um livro que usa e abusa da linguagem poética, já no começo, vemos o conceito filosófico do Logos-Criador e no versículo 4 a linguagem poética: “Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens.”, ora, fica nítido que João não está falando da luz em si, mas da Luz das luzes, a palavra tem um significado que transcende ela mesma. Sendo assim, quando nos atentamos para estes pontos do livro, vemos que esse é um evangelho de difícil interpretação, pois é necessário uma bagagem histórica, filosófica e poética, para ter a compreensão apropriada do texto; devido a isso, alguns preferem não entrar nesta floresta com medo de se perder, ou pior, deixar os outros perdidos. Esse é um medo válido, eu não piloto um avião, pois com certeza mataria todos a bordo, por não ter o mínimo conhecimento requerido pela tarefa; mas o que devemos fazer não é deixar este evangelho riquíssimo de lado, devemos nos equipar da melhor maneira, treinar e deixar nosso corpo em forma, e então entrarmos na floresta, estuda-la, entende-la e atravessa-la.

 

É exatamente isso que faremos a seguir, obviamente não será todo o livro, mas apenas esta pérola deixada a nós nos versículos 29 – 34.

 

Depois de olharmos rapidamente para as peculiaridades do autor e do livro, podemos nos voltar para o texto. Neste trecho temos o diálogo de duas personagens, Jesus e João Batista, sendo ambos separados ainda no ventre para servir a Deus, eram primos, mas jamais haviam se conhecido, contudo aquele que batizava com água sabia que aquele que batizava com o Espírito Santo estava diante dele. Por causa disso João Batista exclama algo que deixa qualquer judeu pasmo: Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

 

Ora, para os seguidores de Yahweh o cordeiro era um animal simbólico, e precisamos entender dois destes significados antes de prosseguirmos. Em primeiro lugar, o cordeiro pascal: todo judeu tinha em mente a festa da Páscoa, celebração que comemorava a libertação do Egito, onde aqueles que mataram um cordeiro e cingiram suas portas com seu sangue não foram atingidos pela décima praga, de forma semelhante o Cristo nos liberta da escravidão do Pecado, e João Batista através da iluminação do Espírito Santo havia entendido isso; em segundo lugar, o cordeiro como servo: no capítulo 53 do livro profético de Isaías, vemos a imagem do cordeiro que se entrega, não sei se algum leitor já viu um animal morrer, mas ele grita, esperneia, se debate e luta para não ser sacrificado, contudo Nosso Salvador foi um cordeiro servo que se entregou sem dizer uma só palavra, como a própria Escritura nos aponta. Então agora com esses dois simbolismos claros para nós, podemos entender melhor o que João Batista estava dizendo sobre o Cristo, ele tentava explicar para todos a sua volta que Jesus era o cordeiro que nos libertaria da escravidão da morte e faria isso como um servo.

 

Afim de compreendermos melhor o estado do qual Nosso Salvador nos libertou, utilizarei o poema O Menininho Perdido de William Blake:

 

“Papai, Papai, aonde é que estás indo

Não anda a passo corrido.

Fala, Papai, fala com teu filhinho

Senão vou ficar perdido.

 

A noite era escura & o pai não estava

O menino se orvalhou.

O charco era fundo & fundo era o choro

E o vapor se dispersou.

 

Era assim que nos encontrávamos, perdidos, desesperados, sozinhos, atolados na lama e no choro. Porém nosso salvador nos socorreu, limpou as lágrimas de nossos rostos, nos lavou e deu vestes novas e uma família. Fomos salvos da angústia e da agonia eternas…

 

Neste momento, acho importante pensarmos um pouco sobre a pessoa de João Batista. Ele foi um homem que abdicou de tudo! Literalmente tudo! Família, amigos, bens, filhos, esposa, conforto, comida, água, sono e etc… Tudo isso por um único propósito: levar as pessoas a abandonarem seus pecados e se arrependerem. Essa era a missão de vida de João Batista. Contudo, ele tinha a ideia correta, mas lhe faltavam os meios para concretizá-la, pois o batismo natural – das águas – não é capaz de mudar a natureza, não tem o poder de levar o Homem ao arrependimento; somente o batismo do Espírito Santo tem essa capacidade. Então imaginem o quanto João Batista deveria estar taciturno, por passar sua vida inteira tentando atingir um objetivo, mas ver que as pessoas eram tocadas por sua fala, e até tinham alguma mudança de vida, mas ainda não era o necessário, entretanto naquele momento, em que ele viu o Cordeiro de Deus, João entendeu…

 

Assim como John Donne no seu poema Ascenção:

 

“Cordeiro suave que com Teu sangue marcou o caminho!

Tocha brilhante, que brilha mais, para que eu possa ver o caminho!

Ó, com Teu próprio sangue extingue tua própria justa cólera.”

 

A alegria deste homem deve ter sido extremamente efusiva, gostaria de estar lá para presenciar esta cena. Tudo que João sacrificou para tentar levar as pessoas ao arrependimento, e não estava funcionando, agora, ele sabia, que aconteceria, pois aquele que tem o poder para transformar corações de pedra em corações de carne havia chegado. Por isso uma declaração tão exclamativa, tão estrondeante!

 

Durante toda a vida João Batista esperou por Cristo, e pelo Messias tudo ele sacrificou. Agora, essa também deve ser a nossa resposta diante do Cordeiro Pascal-Servo, sacrificar tudo! Esta é única resposta aceitável diante do sacrifício que foi feito.

 

Na carta do apóstolo São Paulo aos irmãos de Roma, no capítulo de número doze, ele mesmo diz que: devemos oferecer nossos corpos como sacrifício vivo. Ora, é impossível que haja um cristão, que não morra, que não se sacrifique todos os dias. Contudo o sacrifício exige domínio, não existe sacrifício sem domínio!

 

E aqui enfrentamos um problema, pois, como podemos oferecer nosso corpo como sacrifício vivo, se não dominamos nosso corpo? O amar ao próximo é um sacrifício, nós sacrificamos nosso amor, nossas vontades e muito mais; mas muitos não conseguem fazer isso pelo fato de seus amores os dominarem, e não o contrário. Por que nós nos iramos ou mentimos? Porque nossa ira e nossa boca nos controla e não o oposto…

 

Ou somos coparticipantes no sacrifício de Cristo,

ou somos coparticipantes no castigo de Satanás!

 

Não há outra opção, não há meio termo, não há como esquivar ou argumentar. O ser humano só possui dois destinos eternos: Céu ou Inferno; Salvação ou Condenação. Se nós não estamos nos sacrificando junto de Cristo, carregando também a nossa Cruz, então estamos participando do castigo de Satanás.

 

Repare, que em ambos os casos há sofrimento, há dor. Como Nietzsche dizia: viver é sofrer. Ninguém passará por essa peregrinação sem levar cicatrizes, dores, e sofrimentos; a única diferença é: qual o destino de sua caminhada?

 

Todavia a dor do sacrifício é uma dor que traz boas recompensas, os pais sabem disso melhor que ninguém. Hoje inclusive usa-se muito a metáfora das dores de parto, indicando exatamente que um momento de sofrimento, se for de sacrifício e não de castigo, pode apontar para algo bom. Portanto, é precisamente disso que se trata o soneto de Camões, talvez o seu mais famoso, sobre o fogo que não arde…

 

“Amor é fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”

 

O Rei do Universo, sacrificou tudo por você, a única resposta aceitável, é o sacrifício. Não há outra forma de alcançar o céu senão pelo sacrifício, dele, e o seu, em resposta ao que foi feito na Cruz. Caso não estejas disposto a fazer isso, o castigo eterno ao lado de Satanás lhe aguarda.

 

Ora, não foi isso que aconteceu no Egito?

 

Aqueles que não estavam dispostos a sacrificar um cordeiro, e ungir seus umbrais com seu sangue, sofreram o castigo!

 

Mas aqui encontramos uma questão que exige atenção especial, pois a própria Bíblia nos diz que Deus abomina os sacrifícios falsos. Esse é um ponto interessante, vemos por exemplo no livro de Amós que os sacrifícios e as assembleias seguiam todos os ritos estabelecidos por Deus, todavia eram falsos, e por isso o Senhor os abominava.

 

Então precisamos pensar brevemente sobre o que é um sacrifício falso, e para isso utilizarei o poema Mar Intacto de Ferreira Gullar:

 

“Impossível é não odiar
estas manhãs sem teto
e as valsas
que banalizam a morte.

 

Tudo que fácil se
dá quer negar-nos. Teme
o ludíbrio das corolas.
Na orquídea busca a orquídea
que não é apenas o fátuo
cintilar das pétalas: busca a móvel
orquídea: ela caminha em si, é
contínuo negar-se no seu fogo, seu
arder é deslizar.

Vê o céu. Mais
que azul, ele é o nosso
sucessivo morrer. Ácido
céu.
Tudo se retrai, e a teu amor
oferta um disfarce de si. Tudo
odeia se dar. Conheces a água?
ou apenas o som do que ela
finge?

Não te aconselho o amor. O amor
é fácil e triste. Não se ama
no amor, senão
o seu próximo findar.
Eis o que somos: o nosso
tédio de ser.

Despreza o mar acessível
que nas praias se entrega, e
o das galeras de susto; despreza o mar
que amas, e só assim terás
o exato inviolável
mar autêntico!

O girassol
vê com assombro
que só a sua precariedade
floresce. Mas esse
assombro é que é ele, em verdade.

Saber-se
fonte única de si
alucina.

Sublime, pois, seria
suicidar-nos:
trairmos a nossa morte
para num sol que jamais somos
nos consumirmos.”

 

Neste momento atentemo-nos para algumas partes essenciais do poema. Nos versos Gullar nos ensina que tudo que fácil se dá, é uma negação, é falso, e deve ser odiado. Ele está corretíssimo nesse ponto, pois nenhuma entrega – ou sacrifício – é fácil, entregar-se (sinônimo de sacrificar-se) é sempre doloroso, requer esforço e dor. Assim uma oferta fácil, como o mar acessível que se entrega sem qualquer diligência nas praias, é falso, é uma oferta de disfarce; por isso a pergunta: Conheces a água? Ou apenas o som do que ela finge?

 

Sendo assim, para oferecermos um sacrifício verdadeiro para Deus será preciso empenho, dor, sofrimento, abdicação, entrega. Neste instante é necessário que façamos uma reflexão interna, profunda, sobre qual tipo de sacrifício estamos entregando. Quando damos uma esmola, ajudando alguém em necessidade, estamos sim nos sacrificando, mas este sacrifício é verdadeiro? A resposta só pode ser alcançada internamente, peça, como o salmista no salmo 139, para que o Senhor sonde teu coração.

 

Contudo, existe aqui outro problema que devemos enfrentar: quantas vezes, nós tentamos vencer um pecado pela força do nosso braço e não conseguimos? Quantas vezes, tentamos para de mentir ou nos irarmos? E falhamos vergonhosamente em todas!

 

Isso ocorre pois nós não somos dotados do poder de vencer o pecado, caso contrário, não seria necessário o sacrifício de Cristo e nem o enviou do Espírito Santo. Assim como, eu não tenho a capacidade – a habilidade – de voar; também não possuo o poder de vencer o pecado. Por isso, Deus envia seu próprio filho, para nos livrar da escravidão do pecado, e Ele envia o Espírito Santo, nos batiza com Ele, para que agora possamos lutar e vencer o bom combate.

 

Pois, ser batizado pelo Espírito não é reproduzir palavras angélicas, se arrepiar, chorar, cair no chão, muito menos rodar. Ser batizado pelo Espírito Santo é ter sua natureza transformada, é sair do estado de morto para o estado de vivo, é receber a própria Vida dentro de ti. Então, agora vivos, com a Vida habitando em nós, podemos nos encher do Espírito Santo e vencer o pecado.

 

Assim poderemos oferecer sacrifício, porque somente através do Espírito Santo em nós, podemos nos dominar. Caso não nos enchamos dele, não seremos capazes de subjugar nossas vontades, emoções, desejos etc… Então, enfim, poderemos oferecer algo que subirá como incenso agradável as narinas de Nosso Pai.

 

Agora, como nós nos enchemos do Espírito Santo?

 

Essa pergunta é muito importante, pois o sacrifício de Cristo que nos livrou da escravidão não depende nós, não fizemos nada neste processo – ainda bem – no batismo do Espírito Santo também nada necessita de nossa ação – ainda bem. Contudo, para sermos cheios Dele é necessário que ajamos, mas como?

 

Bom, a própria Escritura nos diz em Efésios 5 que nos enchemos do Espírito cantando aos irmãos, salmodiando aos irmãos, ou seja, indo à igreja. Sim, ir para a igreja te encherá do Espírito Santo. Mas além deste ato coletivo, é preciso haver uma atitude individual, a oração, o jejum e a leitura bíblica são exercícios espirituais que nos enchem do Espírito, para podermos nos dominar e lutar contra o pecado.

 

Somente assim, poderemos oferecer um sacrifício agradável para Deus. Uma entrega que é verdadeira, por haver empenho, dor e domínio, pois:

 

Ou somos coparticipantes no sacrifício de Cristo,

ou somos coparticipantes no castigo de Satanás!

 

No entanto, encontramos aqui outro ponto de atenção, e precisamos nos atentar nele para não incorremos em erro. De nada adianta se eu fizer a coisa certa, pela motivação errada, é o exemplo do Antigo Testamento, onde o povo de Deus oferecia sacrifícios seguindo todos os ritos (faziam a coisa certa), mas mesmo assim o Senhor os desprezava. Pois além de fazer a coisa certa – nos sacrificarmos – precisamos também fazer pela motivação correta.

 

Ora, ter medo do inferno é algo bom, significa que não queremos nos afastar de Deus, não queremos sofrer a condenação eterna. Contudo, essa não pode ser nossa motivação. Pois devemos nos sacrificar por amor, por gratidão, e não mais por medo da Lei, é isso que o apóstolo Paulo nos ensina em Romanos: não estamos mais debaixo do julgamento da Lei, mas agora vivemos – somos salvos – pela graça.

 

Essa mudança de entendimento é fulcral para o cristão, não obedecemos por medo, apesar de temermos Deus, mas sim por amor, por gratidão, ao que foi feito por nós na Cruz. Quando o Rei que tudo domina, tudo sacrificou por nós (se despiu de sua glória, saiu do reino perfeito, sentiu dor, fome, sede, sono, perseguição etc…) ele impeliu em nossos corações esse amor. Portanto, precisamos responder a essa Luz que agora vive no interior de cada cristão, respondamos de forma adequada: nos dominando através do Espírito Santo e nos sacrificando através de Jesus Cristo.

 

Como diz no versículo 34: este é o Filho de Deus! O Filho de Deus morreu por mim e por você, o que faremos com esta informação? Viveremos nossas vidas da mesma forma? Ou começaremos a participar da igreja, não somente ir e consumir, mas ser de fato um membro ativo daquela comunidade? Começaremos a orar de verdade, com todo o desejo de nos encontrarmos com o Rei? Começaremos a jejuar realmente, não como uma dieta, mas consagrando aquele sacrifício?

 

Pois…

 

Ou somos coparticipantes no sacrifício de Cristo,

ou somos coparticipantes no castigo de Satanás!

 

 

Agora então, após todo esse percurso podemos concluir da seguinte forma:

 

O Verbo Divino se fez Cordeiro, para expiar nossos pecados; como Deus, só Ele podia suportar tal castigo; como homem, só Ele poderia nos representar diante de Deus, perfeito! Por isso, nós, hoje, através do Espírito Santo, nos dominamos, para através de Cristo Jesus, nos sacrificarmos.

 

Agora não estamos mais perdidos, mas sim encontrados. Como o poema O Menininho Encontrado, de William Blake:

 

“O menininho perdido no ermo charco,

Levado pela luz flutuante,

Se pôs a chorar, porém Deus, sempre perto,

Se mostrou como o pai, de branco.

 

Beijou o menino & o levou pela mão

E pronto à mãe o entregou,

Que de dor tão pálida pelo ermo vale

O filho aos prantos procurou.”

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